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Teatro Amazonas – o esplendor
de ontem e de hoje
Ahistória do Teatro Ama- governo estadual trouxe arquitetos, cons-
zonas, um dos mais belos trutores, pintores e escultores da Europa
do Brasil, localizado no para a realização da obra.
Largo São Sebastião, zona
central da capital do Es- Inaugurado em 1896, o teatro é testemu-
tado, Manaus, começa em 1881, quando o nha de um breve tempo de esplendor. En-
deputado A. J. Fernandes Júnior apresentou tre 1898 e 1910, a borracha foi o segundo
projeto para a construção de um teatro em produto da exportação nacional (25,7%
alvenaria, ideia logo aprovada pela Assem- do valor total das exportações), perdendo
bleia Provincial do Amazonas. apenas para o café, que somava 52,7%.
Nessa época, auge do Ciclo da Borracha, a A sala de espetáculos tem capacidade para
cidade figurava entre as mais prósperas do 701 pessoas, distribuídas entre a plateia e
país, embalada pela riqueza originada do lá- os três andares de camarotes. A pintura do
tex da seringueira, produto altamente valori- pano de boca do palco, do jornalista e pin-
zado pelas indústrias europeias e americanas. tor Crispim do Amaral, mostra o encontro
das águas dos rios Negro e Solimões. No
O projeto arquitetônico, do Gabinete Por- salão nobre, com características barrocas,
tuguês de Engenharia e Arquitetura de Lis- a pintura do teto, de 1899, denominada “A
boa, data de 1883. No entanto, em meio Glorificação das Bellas Artes na Amazô-
às discussões a respeito do local para a edi- nia”, é de Domenico de Angelis.
ficação e os custos da obra, a pedra fun-
damental só foi lançada no ano seguinte. Inaugurado em dezembro de 1896, foi
tombado como patrimônio histórico em
As obras transcorreram de forma lenta. 28 de novembro de 1966. Após restau-
Somente no governo de Eduardo Ribeiro, ração realizada em 1990 pelo governo do
governador que promoveu grandes obras na
cidade de Manaus, no apogeu do ciclo da
borracha, a construção tomou impulso. O
A cúpula é composta de 36 mil peças de escamas em cerâmica esmaltada e telhas vitrificadas da Alsácia. Foi
adquirida na Casa Koch Frères, em Paris. A pintura ornamental é de Lourenço Machado. O colorido origi-
nal, em verde, azul e amarelo é uma analogia à exuberância da bandeira brasileira.
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