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PRATA DA CASA No olho do furacão
Com 1,4 milhão de habitantes, Belém, no Pará, é a segunda cidade mais populosa da
região Norte e a maior da metrópole da Amazônia. É também o portão de entrada da
mais importante floresta do planeta. É lá que vive e trabalha Orlando Bordallo Júnior,
ex-presidente e atual conselheiro do Sinal-Belém, que assumiu no dia 2 de julho o
cargo de secretário de Administração do governo do Estado do Pará.
Aos 64 anos, Bordallo tem uma Orlando Bordallo: sou movido a estresse
longa carreira de militante sindical,
iniciada na década de 1970. Professor também vem de longos anos. “Eu PSB é 001. “Eu adoro disputar elei-
de Estatística da Universidade Rural sou movido a estresse, estou sempre ções. Mas devo confessar que sou
da Amazônia, foi dirigente da Andes, no olho do furacão. Durante toda a difícil de eleger”, reconhece. Segundo
entidade que tem uma história seme- minha vida adulta, fiz política e movi- Bordallo, a dificuldade vem do fato
lhante à do Sinal, pois nasceu como mento sindical ao mesmo tempo. Já de sempre fazer política ideológica.
Associação Nacional dos Docentes do fui dirigente nacional do PSB e várias “Eu tento convencer as pessoas a
Ensino Superior e só virou sindicato vezes assumi a presidência do partido votarem em mim pelo que penso, e
após a Constituição Federal de 1988. aqui, em Belém.” Ele se orgulha de não pela promessa de dar algo em
Apesar de todos esses anos de luta, o dizer que seu número de filiação no troca. Isso faz com que muita gente
funcionário do Banco Central em Be-
lém nem cogita em se aposentar: “Já
tenho 35 anos de trabalho, mas não
gosto de pensar em aposentadoria.
Ela é meio alça de caixão”, confessa,
em tom brincalhão.
Política ideológica
Bordallo entrou no BC em 1994,
depois de passar no famoso concurso
de 1990, cujas contratações foram
suspensas pelo governo Fernando
Collor. Muito antes, porém, já tra-
balhava no Citibank como gerente-
assistente. Sua militância política
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