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CARTA DO CONSELHO
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AA edição nº 58 da revista Por Sinal é a primeira após as elei- “Reforma da Previdência – Futuro do trabalhador está em
jogo”; “Reforma Tributária – A conta maior para os mais
ções gerais que indicaram Jair Bolsonaro como o próximo ricos”; “Reforma do Estado – Ataque aos privilégios: um tiro
presidente da República do Brasil, para o quadriênio 2019 a no pé”, temas que certamente dominarão o cenário político
2022. Não restam dúvidas da importância desse momento, dos próximos meses.
que abre um novo ciclo na vida política, econômica e social do
país, com as esperanças e incertezas naturais à sua natureza. Para resolver os problemas do “atual manicômio tribu-
tário”, o senador Álvaro Dias (PODE) sugere “a simplificação
As novas regras eleitorais, que afetaram, entre outros tributária com a aglutinação de sete impostos (PIS, Cofins,
pontos, tempo de divulgação, veiculação e financiamento, IPI, CIDE, IOF, CPP e CSLL), fim da papelada tributária e
transformaram esta eleição diferenciada das demais que a isenção do Imposto de Renda para famílias que ganham
antecederam. A Por Sinal, que tradicionalmente produzia até R$ 5 mil. Trata-se de uma proposta viável, e a população
uma edição especial sobre as eleições, com base nas entrevistas reconhece a urgência desta reforma.”
dos principais candidatos ao cargo de presidente do Brasil,
encontrou este ano dificuldades imensas para alcançar o seu De Fernando Haddad (PT), que disputou o segundo turno
objetivo, já que a campanha, em ritmo muito mais intenso, da eleição presidencial, duas respostas merecem destaque. Em
restringiu o tempo dos concorrentes para esse tipo de divulga- relação à crise econômica, ele propõe “que além das medidas
ção. Sem contar que candidatos, como o próprio vencedor Jair emergenciais para a geração de empregos, entendemos a
Bolsonaro, preferiram isolar-se em seus comitês, não conce- necessidade de revogar a Reforma Trabalhista e de discutir
dendo entrevistas e nem sequer participando de debates com o futuro do trabalho e a geração continuada de empregos de
os demais postulantes ao cargo, adotando uma nova estratégia boa qualidade e remuneração”. Sobre a reforma do Estado,
que privilegiava as mídias sociais. Haddad defende uma política de recursos humanos para o
setor público “que leve em consideração, de modo articu-
Muito embora a decisão editorial tenha sido a de não lado e orgânico, as etapas de seleção, capacitação, alocação,
produzirmos uma reportagem específica com as entrevistas remuneração, progressão e aposentadoria. Consideramos
que conseguimos fazer, muitas das respostas dos candidatos fundamental associar a gestão das atividades profissionais
merecem ser destacadas, pela sua relevância, de forma a ajudar e funções no setor público à ampliação da capacidade de
a construir um cenário daquilo que eles certamente imagina- prestar serviços de forma cada vez mais simples, ágil e efetiva.
vam para o futuro do Brasil. E, porque não, para que possam Entendemos que é preciso qualificar os concursos e conter a
servir como alerta àqueles que serão os atores políticos nos privatização e a precarização no serviço público, expressas
próximos quatro anos. pela terceirização irrestrita e pela disseminação de modelos
de gestão e agências capturados e controlados pelo mercado.”
É o que procuramos fazer aqui, ao selecionar algumas
respostas dos candidatos que conseguiram atender a nossa Para Guilherme Boulos (PSOL), o ajuste fiscal do atual
demanda, e que servem como complemento ou contraponto governo só aprofundou a crise econômica: “Essa política de
às matérias publicadas nesta edição da Por Sinal: “Crise cortes de investimentos e gastos nas áreas de infraestrutura,
Econômica – Os desafios do novo ciclo de crescimento”;
NOVEMBRO 2018 1