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saúde, educação, ciência e tecnologia, cultura e demais serviu irresponsavelmente na farra das desonerações, revogar a
para aprofundar a recessão brasileira e ampliar desigualdades. Lei Kandir, que isenta de ICMS produtos e serviços des-
O ajuste fiscal acaba gerando desajuste porque com menos tinados à exportação. Cobrar imposto sobre distribuição
investimento público, aumenta o desemprego, levando à dimi- de lucros e dividendos. Revogar a isenção da contribuição
nuição da arrecadação de impostos e a um aumento da dívida previdenciária para o agronegócio. Vamos estabelecer um
pública em proporção do PIB. A falta de uma agenda para o imposto progressivo sobre as remessas de lucros das mul-
crescimento econômico sustentável tinacionais para suas matrizes no
e para a geração de empregos for- exterior. Revogar a lei que isenta
mais está tornando esta recuperação de impostos as importações das pe-
a mais lenta da história das crises troleiras estrangeiras instaladas no
brasileiras.” Brasil. Combater de forma rigorosa
Sobre a reforma do Estado, João a sonegação fiscal.”
Goulart Filho (PPL), deixou seu É bom lembrar que a luta Por fim, a candidata Vera Lúcia
recado, definindo as prioridades: pelo pleno exercício dos (PSTU) deixou clara sua posição crí-
“Teremos, não só que crescer nume- direitos dos servidores, no tica sobre o atual sistema tributário,
ricamente os servidores públicos, sugerindo o que fazer para corrigi-
como valorizá-los mais. A priorida- coração do sistema financeiro -lo. “Dizem que a carga tributária
de será a sociedade e o desenvolvi- nacional, iniciou-se muito no Brasil é alta. O problema não é
mento. Quando me perguntam de antes da promulgação da a sua magnitude, mas quem paga
onde vamos tirar os recursos para Carta Magna de 1988, ainda a maioria dos impostos no país. O
atender a todas essas demandas, eu sistema tributário regressivo que
respondo que vamos reduzir ao pa- no regime militar, mas amargamos é reflexo (mas e tam-
tamar internacional os juros reais continua até os dias de hoje bém alimenta) da injusta distribui-
(juros nominais menos inflação), e se projeta para o futuro ção de renda no país. Mas sua refor-
especialmente a taxa básica (Selic) ma, por si só, é incapaz de atacar as
que remunera os títulos emitidos próximo.
verdadeiras causas da desigualdade
pelo governo. Assim será possível social que não reside somente na
destinar ao investimento público vastos recursos que, desde forma de distribuição da riqueza gerada. O problema está na
FHC, são desperdiçados em pagamentos de juros astronô- forma como esta riqueza é produzida. Defendemos uma refor-
micos. Vamos também suprimir as isenções distribuídas ma tributária que desonere profundamente o consumo e se
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