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Os “nem-nem”

    OInstituto de Estudos Sociais e Políticos                 lação não foi absorvida. Prova disso seria a distribui-
                      (Iesp) da Universidade do Estado do     ção dessa população inativo pelas regiões do país:
                      Rio de Janeiro (Uerj) apresentou dados
                      alarmantes sobre a situação da nossa    Norte                  25,2%
    juventude: um quinto dos brasileiros de 18 a 25 anos      Nordeste               25,1%
    nem estuda nem trabalha e não procura emprego.            Sudeste                16,8%
                                                              Centro-Oeste           16,7%
      São 5,3 milhões de pessoas – 1,8 milhão de rapazes      Sul                    13,1%
    e 3,5 de moças – que nada produzem. A pesquisa,
    coordenada pelo professor Adalberto Cardoso, mos-         Unidades da Federação
    tra que a “escola não consegue atrair o jovem, pro-
    vocando elevada evasão escolar. Em consequência,          Maranhão                              29,2%
    ingressar no mercado de trabalho vai ficando mais e       Alagoas                                 28%
    mais difícil”, alerta.                                    Ceará
                                                              Rio de Janeiro                        26,3%
      Ao incluir jovens que procuram trabalho em vão,         Paraná             19,6% (média nacional)
    o quadro fica ainda mais preocupante, chegando a          Brasília
    7,2 milhões: uma a cada quatro pessoas nessa faixa        Rio Grande do Sul                     14,5%
    etária está parada. Além disso, o professor Fernan-       Santa Catarina                        13,8%
    do de Holanda Filho, da Fundação Getúlio Vargas                                                 13,3%
    (FGV) lembra o gargalo na taxa de matrícula do                                                  10,7%
    ensino médio: 50% dos jovens que trabalham não
    têm esse nível escolar.

      A terminologia “nem-nem”, diz editorial de O Glo-
    bo de 18 de setembro, repercutindo a reportagem
    publicada no domingo, 16, é inspirada no “ni-ni” utili-
    zado na Espanha para designar a juventude colocada
    à margem, em meio à crise econômica europeia.

      No Brasil, entretanto, os dados mos-
    tram que os jovens brasileiros
    estão fora do mercado por
    conta da qualidade da ins-
    trução, já que nos últimos
    dois anos, período apu-
    rado no levantamento,
    a economia nacional
    cresceu 7,5%, e essa
    parcela jovem da popu-

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