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Geraldo Alckmin apregoa o combate aos gastos públicos para conter
o que considera exagero das taxas de juros no controle dos preços,
Lula defende uma gradativa redução dos juros com a manutenção do
equilíbrio da inflação, Cristovam Buarque acena com o aperfeiçoamento
da política de metas inflacionárias, enquanto Heloísa Helena propõe
uma nova ordem macroeconômica. Todos defendem a autonomia e
independência do Banco Central, mas a candidata do PSOL quer que
o governo retome a prerrogativa de fazer política econômica.

  n O candidato aprova                    Defendemos que metas relativas ao               O que o governo
                                          crescimento econômico e à geração         fez foi impedir que a
o regime de metas para                    de empregos são essenciais – jun-         inflação voltasse a tirar
controlar a inflação? Tem                 tamente com a questão inflacionária       o valor real dos salários
alguma proposta alternati-                – para o balizamento de uma adequa-       do povo trabalhador. Por
va? Como avalia a atuação                 da política monetária, que venha a se     isso, a nossa luta é por
do BC no controle inflacio-               constituir em um alicerce importante      uma meta de inflação
nário?                                    da nova ordem macroeconômica que          que possa colocar o Brasil
                                          desejamos para o Brasil.                  no patamar dos países
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA: Nós                                                      desenvolvidos.
estamos provando que é possível cres-         Ademais, podemos afirmar que
cer com uma inflação baixa. Defende-      as metas que têm sido estabelecidas       Luiz Inácio Lula da Silva
mos uma política gradativa de redução     para a inflação anual brasileira acabam
dos juros com a manutenção do equi-       por se transformar em pretexto para o
líbrio da inflação. Estamos convencidos   injustificável: a manutenção das inde-
de que os juros não podem ser o único     centes e indefensáveis taxas de juros
instrumento para controlar a inflação.    reais que, além de comprometer de
O que o governo fez foi impedir que       sobremaneira o orçamento do Tesou-
a inflação voltasse a tirar o valor real  ro, condenam a economia brasileira
dos salários do povo trabalhador. Por     a baixas taxas de crescimento e ao
isso, a nossa luta é por uma meta de      convívio com taxas de desemprego
inflação que possa colocar o Brasil no    incompatíveis com a nossa realidade
patamar dos países desenvolvidos.         e necessidades.

HELOÍSA HELENA: A atual política          CRISTOVAM BUARQUE: Meu go-
monetária não pode estar centrada         verno manteria a política de metas de
em mecanismos que busquem ex-             inflação, porque ela tem sido eficiente,
clusivamente o controle da inflação.      e procuraria aperfeiçoá-la.

                                          setembro 2006 l ESPECIAL ELEIÇÕES         21
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