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n O Programa Bolsa-                    aperfeiçoar o Bolsa-Família. Mas ele não          Será prioridade
                                         será o elemento central de nosso gover-     do governo a ampliação
Família vem sendo con-                   no, porque essa política de assistência     da articulação do Bolsa-
siderado um instrumento                  social é importante como elemento tran-     Família com programas
importante de combate                    sitório, mas não pode condenar parte da     complementares, como
à pobreza e de distribui-                população a viver indefinidamente pobre     as ações de geração de
ção de renda. O candidato                e miserável para que o Estado brasileiro a  trabalho e renda, de
pretende mudá-lo? Como                   enxergue. Nós vamos trabalhar para que,     capacitação profissional,
avançar para um programa                 ao fim do nosso governo, pelo menos         de alfabetização e
de inclusão social, permitin-            metade das famílias que hoje recebem        aumento da escolaridade
do ao cidadão sustentar-se               o Bolsa-Família não precise mais desse      dos adultos beneficiários,
por seus próprios meios (a               dinheiro, porque terá conquistado em-       de microcrédito, entre
famosa porta de saída)?                  prego de qualidade. O Bolsa-Família,        outros.
                                         como é usado hoje, se apropria da dor
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA: O pro-        e da miséria das populações pobres para     LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
grama de governo da coligação “Lula de   ganhar votos nas eleições.
Novo com a Força do Povo” aprofundará
cada vez mais o papel do Bolsa-Família       Portanto, juntamente com o dinheiro
como eixo integrador das ações de        do Bolsa-Família, vamos oferecer acesso
combate à pobreza e à desigualdade       irrestrito à educação, à capacitação pro-
no Brasil. Será prioridade a ampliação   fissional e à inserção no mercado de tra-
da articulação do Bolsa-Família com      balho. Metade dos jovens brasileiros de
programas complementares, como as        15 a 21 anos não tem o que fazer. Vamos
ações de geração de trabalho e renda,    trabalhar para que esses jovens tenham
de capacitação profissional, de alfabe-  acesso a tudo o que significa melhoria na
tização e aumento da escolaridade dos    qualidade de vida e possibilidade de um
adultos beneficiários, de microcrédito,  futuro melhor. Que as nossas crianças e
entre outros. Assim, as famílias bene-   jovens brasileiros possam escolher ser
ficiadas vão criando as condições para   cientistas, músicos ou esportistas, e não
garantir o seu próprio sustento.         o futuro de prostituição, narcotráfico e
                                         criminalidade.
    O governo também buscará estraté-
gias de acompanhamento individual das    CRISTOVAM BUARQUE: Criei o progra-
famílias beneficiadas que se encontram   ma Bolsa-Escola em 1987, implantei-o
em situação de maior vulnerabilidade.    teoricamente na Universidade de Brasília,
Além disso, será aprofundada a relação   em minhas aulas. Escrevi um livro, publi-
com os programas do governo de apoio     cado em 94, mas com idéias divulgadas
aos jovens, bem como com os estados      antes, no qual o Bolsa-Escola era a pri-
e municípios que têm agenda de com-      meira proposta para mudar o Brasil. O
bate à fome e à pobreza que o Bolsa-     livro se chama “A Revolução nas Priorida-
Família materializa em todo o país.      des”. Em 95, fui o primeiro a implantá-lo,
                                         mas não apenas no tempo. Fui diferente
HELOÍSA HELENA: Vamos manter e

                                         setembro 2006 l ESPECIAL ELEIÇÕES
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