Page 9 - PorSinal 18
P. 9
n O Programa Bolsa- aperfeiçoar o Bolsa-Família. Mas ele não Será prioridade
será o elemento central de nosso gover- do governo a ampliação
Família vem sendo con- no, porque essa política de assistência da articulação do Bolsa-
siderado um instrumento social é importante como elemento tran- Família com programas
importante de combate sitório, mas não pode condenar parte da complementares, como
à pobreza e de distribui- população a viver indefinidamente pobre as ações de geração de
ção de renda. O candidato e miserável para que o Estado brasileiro a trabalho e renda, de
pretende mudá-lo? Como enxergue. Nós vamos trabalhar para que, capacitação profissional,
avançar para um programa ao fim do nosso governo, pelo menos de alfabetização e
de inclusão social, permitin- metade das famílias que hoje recebem aumento da escolaridade
do ao cidadão sustentar-se o Bolsa-Família não precise mais desse dos adultos beneficiários,
por seus próprios meios (a dinheiro, porque terá conquistado em- de microcrédito, entre
famosa porta de saída)? prego de qualidade. O Bolsa-Família, outros.
como é usado hoje, se apropria da dor
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA: O pro- e da miséria das populações pobres para LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
grama de governo da coligação “Lula de ganhar votos nas eleições.
Novo com a Força do Povo” aprofundará
cada vez mais o papel do Bolsa-Família Portanto, juntamente com o dinheiro
como eixo integrador das ações de do Bolsa-Família, vamos oferecer acesso
combate à pobreza e à desigualdade irrestrito à educação, à capacitação pro-
no Brasil. Será prioridade a ampliação fissional e à inserção no mercado de tra-
da articulação do Bolsa-Família com balho. Metade dos jovens brasileiros de
programas complementares, como as 15 a 21 anos não tem o que fazer. Vamos
ações de geração de trabalho e renda, trabalhar para que esses jovens tenham
de capacitação profissional, de alfabe- acesso a tudo o que significa melhoria na
tização e aumento da escolaridade dos qualidade de vida e possibilidade de um
adultos beneficiários, de microcrédito, futuro melhor. Que as nossas crianças e
entre outros. Assim, as famílias bene- jovens brasileiros possam escolher ser
ficiadas vão criando as condições para cientistas, músicos ou esportistas, e não
garantir o seu próprio sustento. o futuro de prostituição, narcotráfico e
criminalidade.
O governo também buscará estraté-
gias de acompanhamento individual das CRISTOVAM BUARQUE: Criei o progra-
famílias beneficiadas que se encontram ma Bolsa-Escola em 1987, implantei-o
em situação de maior vulnerabilidade. teoricamente na Universidade de Brasília,
Além disso, será aprofundada a relação em minhas aulas. Escrevi um livro, publi-
com os programas do governo de apoio cado em 94, mas com idéias divulgadas
aos jovens, bem como com os estados antes, no qual o Bolsa-Escola era a pri-
e municípios que têm agenda de com- meira proposta para mudar o Brasil. O
bate à fome e à pobreza que o Bolsa- livro se chama “A Revolução nas Priorida-
Família materializa em todo o país. des”. Em 95, fui o primeiro a implantá-lo,
mas não apenas no tempo. Fui diferente
HELOÍSA HELENA: Vamos manter e
setembro 2006 l ESPECIAL ELEIÇÕES