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financeiras. Só em janeiro deste ano
circularam pelo STR R$ 20,5 trilhões,
valor equivalente a cinco vezes a produ-
ção de todo o país em um ano inteiro.
 Guardião da moeda
Como executor da política monetária, o
Banco Central prepara a programação
monetária, administra a oferta de moe-
da e impõe medidas de variações nos
depósitos compulsórios dos bancos, de
operações de redesconto e de restrições
nos prazos de crédito. Também adminis-
tra diariamente a taxa de juros básica da
economia, dentro do sistema de metas
para a inflação, com o objetivo de guiar a brasileira também se refletem no sistema financeiro, em que transações
oferta da moeda e do crédito e garantir
a estabilidade de preços e o desenvol-
vimento econômico sustentável do país.
Nessa missão, só em agosto de 2012,
os analistas da instituição tiveram sob
sua responsabilidade a administração e
o trânsito de reservas bancárias que gira- eliminação de barreiras a empréstimos
ram em torno de R$ 50 bilhões, dos de-
pósitos e recolhimentos compulsórios,
que somaram outros R$ 400 bilhões,
e do saldo papel-moeda emitido, em
torno de R$ 155 bilhões.
Além dos R$ 100 bilhões que
aplicou na economia e fazer frente à
crise financeira internacional de 2008,
o Banco Central promoveu o recuo
da taxa Selic de 13,75% para 7,25%.
Também reduziu os custos financeiros
e mudou as regras de redesconto, que
é a linha de empréstimo concedida ao
banco que não consegue manter sua
posição credora ou zerada junto ao BC
por meio de emissão de certificados de
depósitos bancários (CDBs), recibos de
depósitos bancários (RDBs) ou ainda
Inclusão financeira
Um sistema financeiro bem estruturado ajuda o crescimento e o desen-
volvimento de uma nação. Foi pensando assim que servidores do Banco
Central se empenharam num projeto de inclusão financeira, com a gera-
ção de dados e a criação de uma regulamentação voltada ao estímulo de
um sistema financeiro mais inclusivo e cidadão. A presidência do Banco
também criou a Diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania, à
qual ficam subordinados os novos departamentos de Atendimento Ins-
titucional e de Educação e de Inclusão Financeira, para dar sequência a
essas atividades e aproximar a instituição e a sociedade.
“O empenho do Banco Central em prol da educação e inclusão fi-
nanceira no Brasil é de tal importância que produz efeitos na micro e na
macroeconomia”, diz Edilson Rodrigues. “As desigualdades da sociedade
sofisticadas convivem ainda com elevados índices de exclusão financeira
e reduzido grau de educação financeira.”
de certificados de depósitos interban- Fernando Henrique Cardoso, combinada
cários (CDIs). Outra medida adotada com políticas de distribuição de renda,
pelo Banco para injetar liquidez foi a dos governos Luis Inácio Lula da Silva e
Dilma Rousseff, levou à queda consis-
entre um banco e outro. tente do nível de desigualdade. Houve
aumento de 10% na renda dos 10%
A importância do Banco Central mais ricos e de 13% na renda dos 50%
pode ainda ser medida pela relação mais pobres com desconcentração da
entre inflação e desigualdade de renda. renda. “Sem a estabilidade, o governo
Alguns estudos indicam uma piora de não poderia desenvolver seus progra-
0,34 ponto percentual no índice de Gini mas sociais”, diz José Manoel Rocha
(cálculo usado para medir a desigualda- Bernardo, conselheiro da Por Sinal. “O
de social) para cada ponto percentual a Banco Central foi grande o arquiteto da
mais na inflação. Nos períodos de in- estabilidade econômica do país graças
flação em alta no país, como a década ao regime de metas e outras medidas
de 80 e entre 1992 e 1994, a desi- que adotou, mas parte do seu valor está
gualdade brasileira só experimentou um na memória do quadro de funcionários,
intervalo de dois anos de queda com o uma riqueza que corre o risco de se per-
sucesso temporário do Plano Collor. A der com o sucateamento do banco.”
implantação do Plano Real, pelo governo
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