Page 28 - Sinal Plural 13
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CAMPANHA SALARIAL

    Governo Dilma é contra o
    funcionalismo?

                                                                  As perdas salariais dos servidores do BC
                                                                estão acumuladas em 23,85% desde o úl-
                                                                timo reajuste, em 2008. Além da luta pela
                                                                retromada das negociações, outras pendên-
                                                                cias ainda têm de ser discutidas com o go-
                                                                verno, por meio da Secretaria de Relações
                                                                do Trabalho do Ministério do Planejamento.
                                                                Para isso, o Sinal cobra a interlocução da di-
                                                                retoria do BC e, em especial, do presidente,
                                                                ministro Alexandre Tombini, servidor de car-
                                                                reira do banco, junto ao Planalto.

    Após seis meses de uma combativa                                         O resultado negativo foi o choque de co-
                         campanha salarial, os servidores fe-             nhecermos a verdadeira face do governo
                         derais das carreiras típicas de Esta-  Dilma: intransigente e autoritária. Quem acompa-
                         do colheram seu principal resulta-     nhou os momentos mais duros da campanha sabe
                         do, a unidade. Formou-se a União       que vários recursos foram utilizados pelo Executivo
    das Carreiras de Estado, congregando 22 catego-             para tentar desmoralizar e desunir o funcionalismo
    rias, entre elas, as do Banco Central, Receita e            federal que apenas defende seu direito constitucio-
    Polícia federais e Advocacia Geral da União.                nal à revisão salarial. Entre várias atitudes para pro-
                                                                vocar cizânia entre os servidores e a sociedade, o
      Embora as negociações deste ano tenham iniciado           governo, utilizando-se da lei da transparência, insti-
    em fevereiro, somente nas duas últimas semanas de           gou setores da imprensa a expor salários, sem crité-
    agosto, às vésperas do fechamento da folha orçamen-         rios de divulgação, colocando em risco a segurança
    tária, o governo Dilma Rousseff apresentou a proposta       de colegas e suas famílias.
    de 15%, divididos em três parcelas anuais de 5%. Em
    Assembleia Geral Nacional, os servidores do BC, Susep,        Até salários, residências e contas de presidentes
    CVM, Receita Federal e algumas outras carreiras recu-       de entidades sindicais foram divulgados. Em meio à
    saram a oferta por considerá- la insuficiente e, acima de   campanha e desnorteado pelas greves de algumas
    tudo, pela forma desrespeitosa e até injuriosa com que a    categorias, como a de servidores de universidades
    Presidente da República tratou essa negociação, tendo,      federais, que chegaram a mais de três meses de
    inclusive, se referido a nós como os de “sangue azul”.      paralisação, o governo publicou em julho o decreto
                                                                7.777, chamado “fura-greve”. Com o objetivo de
                                                                substituir grevistas federais por colegas dos esta-
                                                                dos e municípios, a ideia foi amplamente rechaçada.

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