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ECONOMIA / EDUCAÇÃO
Nossa mente
brilhante
russos?” O craque alertava, com sua ingênua sabe-
doria, que as nossas jogadas também dependem das
alheias; de outros indivíduos ou de outras equipes.
Respeitada por economistas de todo o mundo Dentro da academia, a Teoria dos Jogos vem ganhan-
por suas formulações sobre Teoria dos Jogos, a do popularidade nos últimos 20 anos, principalmen-
matemática brasileira Marilda Sotomayor reú- te depois que o matemático norte-americano John
ne uma constelação de laureados com o Prêmio Nash ganhou o Prêmio Nobel de Economia de 1994.
Nobel nas celebrações por seus 70 anos Nash foi retratado no filme Uma Mente Brilhante,
de 2001, dirigido por Ron Howard e estrelado por
Myrian Luiz Alves / Jornalista* Russell Crowe. O filme, que ajudou a popularizar
ainda mais a teoria e levou quatro das oito indicações
Desde que os gregos clássicos con- ao Oscar, entre elas a de melhor filme, mostra a ge-
ceituaram as chamadas Artes nialidade do matemático. Aos 21 anos, ele formulou
Liberais, matemática e filosofia um teorema e era festejado no meio acadêmico. Mas,
caminham juntas. A professora aos 30 anos, estava debilitado pela esquizofrenia.
Marilda Antônia de Oliveira So-
tomayor, por exemplo, é uma clássica, a mais concei-
tuada representante brasileira de uma corrente eco-
nômica fundamentada na interseção da matemática
com a filosofia – a Teoria dos Jogos. Mais conhecida
como área “matematizada” da economia, a Teoria dos
Jogos, ou ciência da estratégia, é, em suma, o estudo
da conduta humana em sociedade.
Entre nós, brasileiros, a Teoria dos Jogos pode ser ob-
servada no célebre questionamento do finado jogador
de futebol Mané Garrincha ao técnico da Seleção,
Vicente Feola, na Copa de 1958, durante a prepara-
ção para o jogo Brasil x União Soviética. Após ouvir
a idealização dos lances do meio-campo à linha do
gol, e meio desinteressado daquela futurologia, Mané
soltou: “Seu Feola, mas o senhor já combinou com os
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