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ECONOMIA / EDUCAÇÃO
ca” das escolas públicas do distrito de Jacarepaguá,
na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na época capital
da República. O critério usado era a soma das notas
das provas mensais com as de julho e do fim do
ano. Recebeu o prêmio e o dinheiro estava dentro
de um envelope. Ao chegar em casa, entregou-o à
mãe, parceira dos exercícios diários, dizendo: “A
senhora guarda para quando eu ficar velhinha; é
para os meus netos”. Não foi atendida. Hoje, Ma-
rilda acredita que o dinheiro foi gasto em coisas
domésticas. O desejo de “resolver problemas” sem-
pre a acompanharia.
Na colação de grau como professora primária, em Graduada em Matemática pela UFRJ, em 1967,
1961, aos 17 anos mestre em Matemática pelo Instituto de Matemá-
tica Pura e Aplicada (Impa), em 1972, Marilda So-
Marilda Sotomayor conversou com a revista De- tomayor é doutora em Matemática pela Pontifícia
safios do Desenvolvimento no fim de junho. Ain- Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ)
da se ressentia de uma pneumonia, mas e pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada.
estava mesmo preocupada com a orga- Editora associada da revista International Journal
nização do workshop sobre Teoria dos
Jogos, quando seria homenageada. En-
volvida 12 horas por dia nos preparativos
do grande evento, incluindo traduzir e
responder centenas de e-mails, ou esco-
lher salgadinhos e vinho para a noite de
abertura e cerimonial aos mais renoma-
dos pesquisadores do país e do exterior,
Marilda comemorava a parte a ser a mais
gratificante do encontro: a presença das
pessoas, o carinho dos colegas.
RESOLUÇÃO DE PRO-
BLEMAS
Já aos nove anos, estudante da quarta sé- Com David Gale, em Berkeley, durante seu primeiro pós-
rie, ganhou a “melhor nota de matemáti- -doutorado
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