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O Estrangeiro,
de Albert Camus,
em quadrinhos
Passou quase despercebida a publicação da versão em
quadrinhos da obra O Estrangeiro, de Albert Camus,
em 2013, pela Companhia das Letras, uma adaptação
do artista Jacques Ferrandez. O álbum integrou as ho-
menagens ao centenário do autor franco-argelino, no
ano passado.
Um dos maiores escritores da língua francesa de todos os tempos, Ca-
mus nasceu em Mondovi, hoje Dréan, na costa da Argélia, então colônia francesa, em 7 de novembro de
1913, e morreu na comuna de Villeblevin, na região de Borgonha, França, em 4 de janeiro de 1960, vítima de
acidente de automóvel.
Camus, também autor de A peste (1947) e A queda (1956), foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura
de 1957 “por sua importante produção literária, que, com seriedade lúcida ilumina os problemas da consciência
humana em nossos tempos”.
Também dramaturgo e filósofo, o escritor, como jornalista, engajou-se na Resistência Francesa contra a ocu-
pação nazista e nas discussões do pós-guerra. Ainda na Argélia, enfrentou a fome e a miséria, fatores tratados
em sua obra, que envolve, além da guerra, o sol.
Amante do futebol – foi goleiro da seleção universitária, e dos
bons –, um de seus primeiros pedidos, quando esteve no Bra-
sil, em 1949, foi o de assistir a uma partida. Visitou o Vale do
Ribeira, no estado de São Paulo, acompanhado do modernista
Oswald de Andrade, entre outros, onde conheceu a festa do
Senhor Bom Jesus de Iguape. Como todos os hotéis encon-
travam-se lotados, hospedaram-se em apenas um quarto do
hospital “Feliz Lembrança”. Essa viagem inspirou-lhe no con-
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