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to A pedra que brota, de seu livro O Exílio e o Reino.
Dizia-se que a pedra, sobre a qual romeiros colocaram
a imagem de Bom Jesus, encontrada na Praia do Una,
na Juréia, em 1674, estava sempre do mesmo tamanho,
embora os fiéis, que acreditavam nos poderes do santo,
tiravam-lhe lascas.
Camus, cuja obra integra a estética do absurdo, movi-
mento que engloba, além da literatura, o teatro, artes
plásticas e a filosofia, fala como poucos das angústias
e conflitos de seu tempo, com uma escrita universal.
Jacques Ferrandez, nascido na capital, Argel,
em 1955, é especialista nos acontecimentos da
Argélia do período colonial e na obra de Albert
Camus. Segundo a crítica, a luminosidade de
suas aquarelas e a riqueza de seus cenários de-
mostram, de fato, que se trata de um profundo
conhecedor da obra de seu conterrâneo e de sua
ambientação, capaz de reconstruir a narrativa
com força e fidelidade e de dar conta de sua di-
mensão simbólica, sem suavizar seus mistérios.
Camus e a arquiteta Lina Bo Bardi, em
1949, na casa de Oswald de Andrade. O
autor visitou o Brasil durante um pro-
grama do governo francês para estreitar
relações diplomáticas e culturais com os
países da América do Sul
Você sabia? A Revolta dos Dândis, canção do grupo gaú-
cho Engenheiros do Hawaii, é inspirada no livro O Homem
Revoltado, de Camus. Publicado em 1951, é considerado
uma das mais importantes críticas ao autoritarismo.
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