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BC EM DEBATE / 50 ANOS
Presidentes do Senado e da Câmara
debatem independência da autarquia
Às vésperas de seu 50º aniversário, o aliado da presidente Dilma Rousseff, cuja peça de
Banco Central do Brasil viu-se no- campanha tirava a comida do prato dos brasileiros
vamente no centro das atenções em ao posicionar-se radicalmente contra o debate so-
Brasília. O clima se assemelhou ao bre o Banco Central, o PMDB já tentou aprovar
da campanha eleitoral, quando a então candida- proposta semelhante há dois anos, sem sucesso.
ta do PSB, Marina Silva, mergulhou no período
mais difícil no embate com a Presidente reeleita, O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mer-
crítica, nesta eleição, da proposta de independên- cadante, ao afirmar que Dilma e o ex-presidente
cia e de autonomia da autoridade monetária em Luiz Inácio Lula da Silva haviam encontrado o
relação às gestões do Poder Executivo. caminho da “autonomia operacional” do BC, dis-
se que a discussão sobre o Banco Central seria an-
Agora, porém, não há eleições em jogo, sequer as tiga, feita “desde que eu me lembro como gente”.
internas ao Parlamento, e a divergência envolve
os dirigentes máximos do Senado, senador Re- “Cheguei como parlamentar (a Brasília) em
nan Calheiros, e da Câmara, deputado Eduardo 1990. Há 25 anos esse tema está na pauta. O(s)
Cunha, ambos do PMDB. governo(s)* do presidente Lula e da presidente
Dilma encontraram o caminho, que é a autonomia
O presidente do Senado defende ser “esse o ajus- operacional do BC”. O Ministro afirmou ainda
te dos ajustes, o que vai sinalizar no sentido da que o governo nunca interferiu na autonomia do
previsibilidade, da segurança jurídica, da polí- Banco Central e que, por isso, as regras não pre-
tica monetária. Essa é uma discussão que não cisariam ser mudadas. “Ele (o presidente do BC)
podemos sonegá-la no Parlamento”. Renan Ca- monta equipe, o Copom toma sua decisão, publi-
lheiros propõe mandato fixo de cinco anos ao ca na ata, tem total transparência”, argumentou.
presidente do BC, não coincidente com o pe-
ríodo de governo do presidente da República. (Fonte: O Estado de S.Paulo, 02/04/2015)
O presidente da Câmara afirma que não há consen- (*Os (s) (s) são nossos, por tratarem-se, oficialmente, de
so no PMDB sobre a ideia de Renan e disse que se dois governos. Dois presidentes eleitos – Lula e Dilma
trata de uma pauta do presidente do Senado, e não – para seus respectivos mandatos, em períodos distintos.
do partido. “Ainda não avaliei (a questão), mas a Como se pode observar ao longo do primeiro trimestre, di-
princípio não concordo. Independência no Banco ferentemente da declaração do Ministro, também de ges-
Central não muda nada na economia.” Principal tões – ou intenções – bastante diferenciadas. A conferir.)
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