Page 10 - Sinal Plural 13
P. 10

normalizar, fiscalizar, orientar? Ou queremos um modelo       do por oitocentos servidores”? Ou queremos um modelo
    de BCB que conte com ajustado quadro de servidores,           de BCB que, a exemplo de diversos outros destacados
    adequadamente ressuprido, em permanente processo de           bancos centrais mundo afora, apresente extensa e inten-
    desenvolvimento profissional-social-pessoal, justamente       sa presença em todo o território nacional, respeitando e
    remunerado, dispondo de elevada Qualidade de Vida no          incorporando, em sua ação, a imensa diversidade de vo-
    Trabalho, com atuação na totalidade de nosso país?            cações econômico-financeiras, identidades culturais e re-
                                                                  alidades sociais do Brasil?
     Queremos um modelo de Banco que apenas torne dis-
    ponível a alternativa de um 0800 para seu contato com o        Presidente Tombini:
    público? Ou queremos um modelo de BCB que ofereça
    atendimento presencial, pessoal, personalizado às cida-        Que tipo de presença o Sr. julga que o Banco Central do
    dãs e cidadãos que procuram nossa instituição em busca        Brasil deve ter no território nacional?
    de informações, protocolando reclamações, ansiando por
    justiça em suas muito desiguais relações com o Sistema                              * Pelo GT Revitalização das Regionais
    Financeiro Nacional?                                                                                   do Grupo QVT-Sinal-RJ

     Queremos um modelo de Banco que, tal qual propunha                                               Rio de Janeiro, agosto de 2012
    um ex-presidente do BCB, após ser efetuada a minimali-
    zação de sua missão institucional, poderia vir a ser “toca-

    A descontinuação das
    Delegacias do BCB/reflexões

     Na gestão da diretora Tereza Grossi, foi realizada uma       prio, o que o Berardinelli fez, contando com um Depar-
    reorganização administrativa da qual ficou como um dos        tamento de Organização Administrativa - DEORG tecni-
    resultados mais marcantes a descontinuação das Delega-        camente estruturado e que infelizmente para o banco foi
    cias Regionais do Banco.                                      depois também descontinuado. Foi esquartejado e distri-
                                                                  buído entre Depes (a parte de organização e análise admi-
     No momento em que nos propomos a resgatar algo da            nistrativa) e Deinf (a parte de métodos, da dupla histórica
    nossa memória sobre o processo, partícipes que fomos,         O&M, e Demap, (a parte de Leiaute). Só faltou, à época,
    então, na condição de chefe adjunto ou chefe do Depes,        salgar o terreno, para garantir que a racionalidade adminis-
    julgamos oportuno recobrar um pouco também da lógica          trativa tecnicamente inspirada não desse frutos ou crias.
    de que faziam parte referidas Delegacias.
                                                                   O modelo funcional previa Unidades centrais formula-
     Assim sendo, lembramos que as Delegacias eram os ins-        doras de políticas e planejadoras de estratégias, esta-
    trumentos de decisão descentralizada do banco, dentro do      belecendo também normas administrativas que garan-
    modelo de organização administrativa conhecido como Mo-       tissem coerência a uma execução descentralizada para
    delo Funcional. Esse modelo foi adotado na era Berardinelli,  junto dos fatos por meio das Delegacias Regionais. Es-
    diretor que organizou, na década de 1970, o BCB e deu-lhe     sas Delegacias foram depois chamadas Departamentos
    identidade, encerrando a etapa de criação em que o banco      Regionais. Talvez essa redenominação como Departa-
    não passava de justaposição de segmentos de outras orga-      mentos em lugar de Delegacias já denunciasse a incom-
    nizações, destacando-se dentre elas o Banco do Brasil e a     preensão da cultura quanto ao modelo. A representação
    Sumoc, que transferiram ao nascente BCB mais atribuições      descentralizada do banco pelos então Delegados inco-
    e contingentes de pessoas. Junto com os componentes           modava aos Chefes dos Departamentos Centrais, que
    administrativos que eram remanejados vinham traços cultu-     queriam ter poder total sobre o que entendiam deveriam
    rais e modelos e fórmulas organizacionais e administrativas.  ser meras projeções regionais de suas Unidades. Aos

     Tudo isso precisava ser amalgamado num modelo pró-

10
   5   6   7   8   9   10   11   12   13   14   15