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normalizar, fiscalizar, orientar? Ou queremos um modelo do por oitocentos servidores”? Ou queremos um modelo
de BCB que conte com ajustado quadro de servidores, de BCB que, a exemplo de diversos outros destacados
adequadamente ressuprido, em permanente processo de bancos centrais mundo afora, apresente extensa e inten-
desenvolvimento profissional-social-pessoal, justamente sa presença em todo o território nacional, respeitando e
remunerado, dispondo de elevada Qualidade de Vida no incorporando, em sua ação, a imensa diversidade de vo-
Trabalho, com atuação na totalidade de nosso país? cações econômico-financeiras, identidades culturais e re-
alidades sociais do Brasil?
Queremos um modelo de Banco que apenas torne dis-
ponível a alternativa de um 0800 para seu contato com o Presidente Tombini:
público? Ou queremos um modelo de BCB que ofereça
atendimento presencial, pessoal, personalizado às cida- Que tipo de presença o Sr. julga que o Banco Central do
dãs e cidadãos que procuram nossa instituição em busca Brasil deve ter no território nacional?
de informações, protocolando reclamações, ansiando por
justiça em suas muito desiguais relações com o Sistema * Pelo GT Revitalização das Regionais
Financeiro Nacional? do Grupo QVT-Sinal-RJ
Queremos um modelo de Banco que, tal qual propunha Rio de Janeiro, agosto de 2012
um ex-presidente do BCB, após ser efetuada a minimali-
zação de sua missão institucional, poderia vir a ser “toca-
A descontinuação das
Delegacias do BCB/reflexões
Na gestão da diretora Tereza Grossi, foi realizada uma prio, o que o Berardinelli fez, contando com um Depar-
reorganização administrativa da qual ficou como um dos tamento de Organização Administrativa - DEORG tecni-
resultados mais marcantes a descontinuação das Delega- camente estruturado e que infelizmente para o banco foi
cias Regionais do Banco. depois também descontinuado. Foi esquartejado e distri-
buído entre Depes (a parte de organização e análise admi-
No momento em que nos propomos a resgatar algo da nistrativa) e Deinf (a parte de métodos, da dupla histórica
nossa memória sobre o processo, partícipes que fomos, O&M, e Demap, (a parte de Leiaute). Só faltou, à época,
então, na condição de chefe adjunto ou chefe do Depes, salgar o terreno, para garantir que a racionalidade adminis-
julgamos oportuno recobrar um pouco também da lógica trativa tecnicamente inspirada não desse frutos ou crias.
de que faziam parte referidas Delegacias.
O modelo funcional previa Unidades centrais formula-
Assim sendo, lembramos que as Delegacias eram os ins- doras de políticas e planejadoras de estratégias, esta-
trumentos de decisão descentralizada do banco, dentro do belecendo também normas administrativas que garan-
modelo de organização administrativa conhecido como Mo- tissem coerência a uma execução descentralizada para
delo Funcional. Esse modelo foi adotado na era Berardinelli, junto dos fatos por meio das Delegacias Regionais. Es-
diretor que organizou, na década de 1970, o BCB e deu-lhe sas Delegacias foram depois chamadas Departamentos
identidade, encerrando a etapa de criação em que o banco Regionais. Talvez essa redenominação como Departa-
não passava de justaposição de segmentos de outras orga- mentos em lugar de Delegacias já denunciasse a incom-
nizações, destacando-se dentre elas o Banco do Brasil e a preensão da cultura quanto ao modelo. A representação
Sumoc, que transferiram ao nascente BCB mais atribuições descentralizada do banco pelos então Delegados inco-
e contingentes de pessoas. Junto com os componentes modava aos Chefes dos Departamentos Centrais, que
administrativos que eram remanejados vinham traços cultu- queriam ter poder total sobre o que entendiam deveriam
rais e modelos e fórmulas organizacionais e administrativas. ser meras projeções regionais de suas Unidades. Aos
Tudo isso precisava ser amalgamado num modelo pró-
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