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autonomia se estenderia à compe-                                                 O Sinal marcou presença
tência de o Banco Central produzir                                               com duas oficinas que
propostas monetárias e remetê-las à                                              discutiram o combate à
comissão mista do Congresso Nacio-                                               lavagem de dinheiro (no
nal. O segundo, a exigência de o pre-                                            alto) e o papel do BC no
sidente do BC prestar contas de três                                             desenvolvimento
em três meses ao Senado e à Câma-                                                do País (ao lado)
ra Federal. Por fim, a necessidade de
dar transparência às ações do banco,    bando”, defendeu Clair Maria             ções encarregadas de impedir a eva-
com a criação do cargo de ouvidor-      Hickmann, auditora fiscal da Recei-      são de divisas e a corrupção. “É pre-
geral a ser ocupado por funcionário     ta Federal. “Para isso é preciso a cri-  ciso uma lei federal que permita à
de carreira da instituição pelo voto    ação de uma força-tarefa que reúna       Receita Federal, ao Banco Central e
dos seus servidores.                    gente da Receita Federal, do Minis-      ao Ministério Público ter mais aces-
                                        tério Público e do Banco Central,        so às contas bancárias.”
    Um auditório lotado ouviu pela      além de mecanismos especiais de
manhã a ansiedade do Ministério         controle da origem do dinheiro re-           “As obras públicas embutem mais
Público e dos fiscais da Receita Fe-    metido para os paraísos fiscais e de     corrupção e superfaturamento do que
deral para que o Banco Central pos-     acordos internacionais para troca de     propriamente obras”, denunciou o
sa cada vez se incorporar mais à for-   informações.”                            procurador Luiz Francisco de Souza,
ça-tarefa encarregada de combater a                                              antes de defender a integração de
lavagem de dinheiro no país. Na La-         Abrahão Patruni Jr., analista do     todas as instituições incumbidas de
vanderia Brasil, para cada real arre-   Banco Central que desvendou “O           combater os crimes de colarinho bran-
cadado, outro real é sonegado. Só por   Caso Jader”, envolvendo o ex-presi-      co, corrupção e remessa ilegal de di-
meio das contas CC5 foram remeti-       dente do Senado Jader Barbalho no        nheiro e riquezas para fora do país. “A
dos para a Nova Iorque, nos Estados     desvio de verbas da Sudam quando         lei da lavagem de dinheiro é nova, de
Unidos, U$ 122 bilhões. Os latifun-     era governador do Pará, insistiu na      1998, mas já foi ultrapassada pela
diários, que deveriam recolher R$ 2     tecla da união de forças das institui-   agilidade dos saqueadores. É preciso
bilhões de Imposto Territorial Rural                                             modernizá-la. Mas mais do que isso é
por ano, não contribuem com mais                                                 necessária vontade política do gover-
de R$ 200 milhões.                                                               no para enfrentar todos esses crimes.
                                                                                 Não sei como vai ser, as coisas pare-
    Os números que desfilaram na                                                 cem difíceis, mas ainda tenho espe-
oficina “Lavagem de dinheiro: com-                                               rança no governo Lula.”
bate à corrupção, controle das con-
tas CC5 e dos fluxos financeiros em
geral” não param por aí: só 2 mil fis-
cais controlam as fronteiras do país,
um trabalho para pelo menos 20 mil
deles, enquanto dos 12 mil audito-
res restaram apenas 7 mil na Recei-
ta Federal.

    “Combater a fome é combater a
corrupção, a sonegação e o contra-

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