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FÓRUM SOCIAL MUNDIAL Oficinas do Sinal
questionam rumos
do governo Lula
O Sinal aproveitou a chance do maior evento mun- Não foi um bom sinal. O primei-
dial de troca de idéias em busca de um mundo alter- ro debate promovido pelo Sindicato
nativo para promover duas oficinas com temas dife- dos Funcionários do Banco Central,
rentes mas um objetivo em comum: um Brasil novo no rastro do 3º Fórum Social Mundi-
que poderia ser impulsionado pelo Banco Central. al, de 23 a 27 de janeiro, em Porto
Da discussão da lavagem de dinheiro ao papel do BC Alegre, pôs em xeque a política eco-
no desenvolvimento do País restou a certeza de que nômica do governo Lula e insistiu na
ainda há tudo para fazer – desde a escolha pela soci- tecla da reestruturação do BC como
edade da forma de autonomia para a instituição até a instrumento importante para comba-
definição de que o Banco não pode cuidar da política ter as mazelas da globalização e ser-
monetária de forma divorciada da política fiscal. vir ao desenvolvimento do país.
“Não há mudança no País sem
mudança no BC”, afirmou o econo-
mista Paulo Nogueira Batista Jr., da
Fundação Getúlio Vargas de São Pau-
lo, um dos palestrantes do encontro.
“O que se viu até agora, porém, é uma
repetição dos erros do trio Fernando
Henrique-Pedro Malan-Armínio Fraga
nas políticas adotadas pela instituição.”
Reinaldo Gonçalves, economista da
Universidade Federal do Rio de Janei-
ro, acrescentou pitadas de ironia ao
que considerava como primeiros equí-
vocos do governo. “Vivemos momen-
tos preocupantes, o que pelo menos
nos impede de morrer de tédio”, dis-
se o economista.
O Sinal adaptou o lema do Fórum
Social Mundial, realizado de 23 a 27
de janeiro, em Porto Alegre, para pro-
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