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temos de tratar com Brasília, com       turação de 1999 causa perplexida-        delas, teve de fazer uma reestrutu-
Belo Horizonte, com Recife. Até hoje    de. “Nós tínhamos funcionando aqui       ração nas regionais. Mas tecnicamen-
não consigo entender.”                  a maioria dos departamentos do Ban-      te não há como explicar o esvazia-
                                        co Central: fiscalização, organização    mento da regional de Salvador, já que,
UM VAZIO                                do sistema financeiro, câmbio, capi-     em termos econômicos, a economia
INEXPLICÁVEL                            tais estrangeiros, jurídico, atendimen-  baiana é a maior do Nordeste”, lem-
                                        to ao público, fiscalização de consór-   bra Francisco Mendes, presidente
    É mesmo difícil explicar. Até para  cios e outros. Com a reestruturação,     regional do SINAL na Bahia.
quem convive diariamente com as-        muitas dessas funções foram
suntos do Banco Central, a reestru-     deslocadas para as regionais de Reci-        De acordo com Francisco, as
                                        fe (dívida pública, organização do sis-  mudanças provocadas pelo que ele
                                        tema financeiro, câmbio e capitais       chama de “desmonte” da regional –
                                        estrangeiros) e de Belo Horizonte        que cobre também o Estado de
                                        (fiscalização). O banco alega que nos    Sergipe – vêm causando desde 1999
                                        últimos anos vinha tendo dificulda-      grandes dificuldades para pessoas fí-
                                        des orçamentárias e que, em função       sicas ou jurídicas que demandam
                                                                                 serviços do BC: “Uma das mais gra-
                                                                                 ves conseqüências foi o desamparo
                                                                                 aos clientes do sistema bancário, já
                                                                                 que o desmonte acabou por com-
                                                                                 pleto com a fiscalização nas institui-
                                                                                 ções financeiras. Também as empre-
                                                                                 sas que têm relacionamento com o
                                                                                 exterior, captam investimento estran-
                                                                                 geiro ou são exportadoras têm hoje
                                                                                 necessidade de se deslocar até Reci-
                                                                                 fe para resolver problemas simples
                                                                                 ou mesmo cumprir obrigações for-
                                                                                 mais, assim como as cooperativas de
                                                                                 crédito e os consórcios. Tudo isso
                                                                                 representa um aumento nos custos
                                                                                 operacionais de todos esses clientes.”
                                                                                 Ele lembra ainda que o BC prome-
                                                                                 teu fazer revisões periódicas da
                                                                                 reestruturação, mas que isso nunca
                                                                                 saiu do papel: “Se foram feitas, ja-
                                                                                 mais foram divulgadas. Até porque é
                                                                                 impossível fazer uma revisão e não
                                                                                 constatar o óbvio: que o desmonte
                                                                                 foi um erro.”

                                                                                     Os quatro anos de ausência do
                                                                                 BC no front do cotidiano baiano abri-

                                                                                 abril 2002  17
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