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nômico”, diz João Sabóia. “Cada um
ponto percentual a menos nos juros
daria para criar 600 mil empregos de
um salário mínimo por mês.”
Por essa conta, menos três pon-
tinhos percentuais na taxa básica de
juros e o governo esvaziaria a romaria o bloco da sociedade organizada na
de 2 milhões de desempregados na
região metropolitana de São Paulo.
De quebra, espantaria a ameaça que
ronda a candidatura da prefeita Marta
Suplicy à reeleição. “É preciso que a
equipe econômica, diante dos índices
catastróficos de desemprego, estabe-
leça metas de emprego nos mesmos
moldes das metas de inflação ou de
superávit primário”, propõe Marcio
Pochmann, secretário municipal do
Desenvolvimento, Trabalho e Solida-
riedade de São Paulo, onde uma der-
rota da prefeita petista representaria feita. A simples queda de um a dois
um claro sinal de descontentamento
popular com o governo federal.
Em campanha pela Prefeitura do
Rio, o vice-presidente nacional do PT, por mês, de R$ 100. É pedir muito? O
Jorge Bittar, tem batido na mesma
tecla, acrescida do discurso que tenta
separar o joio do joio. “É hora de o
país crescer e gerar empregos”, diz.
“O PT não pode se confundir com o
governo.” Já que não pode, tratou de
se incorporar aos grupos de pressão.
O partido atacou numa nota a política
econômica do governo e pediu cres-
cimento, já antes mesmo que PSDB
e PFL se dessem conta de que esse
papel era deles.
BLOCO
NA RUA
“O governo Lula esqueceu de pro-
por um pacto da sociedade, logo ele mudança antes de três meses.
que é fruto de um pacto. A economia Pode ser tempo demais. O ministro
ainda está com o pé no freio”, diz Cân-
dido Grzybowski, do Ibase. “A sociedade da Casa Civil, José Dirceu, alvo dos
civil organizada já tem dificuldade em ataques da oposição, estaria disposto
explicar o governo petista”, sinaliza Jorge a desembarcar do navio governista se
Durão, da Abong. “Está na hora de botar a economia não desse sinais de revita-
lização. Não é o único impaciente. “O
rua”, reforça Grzybowski. crédito das urnas que elegeram o pre-
sidente parece ter chegado ao fim”, diz
Os dois concordam que, entre o historiador José Murilo de Carvalho.
os desafios com que se defronta o O próprio Lula parece já ter percebido
governo Lula, o mais premente é o isso. O problema é que desatar o nó
das políticas sociais. “Estamos diante da economia é mais fácil na teoria do
de urgências que não podem espe- que na prática.
rar”, afirma Durão. “Precisamos, por
exemplo, exercer pressão para que
o Bolsa Família chegue logo aos 11
milhões de famílias que dele neces-
sitam”, reforça Grzybowski. “Faltam
recursos? Depende da conta a ser
pontos na taxa de juros pode gerar R$
7 milhões a R$ 8 bilhões adicionais
de que precisa o programa. Com isso,
garantimos uma renda mínima média,
sonho é bem maior.”
A estagnação econômica do País
é a verdadeira crise do governo. Por
causa dela, já nem se disfarça mais a
divisão interna do grupo palaciano. O
presidente Lula dissolveu o chamado
núcleo duro do governo, mas tem
resistido à ala desenvolvimentista do
Planalto. Cada vez mais pressionado,
tem procurado sustentar o ministro
da Fazenda, Antonio Palocci, e o pre-
sidente do Banco Central, Henrique
Meirelles, na condução dos destinos
econômicos do País. Não há analista
político de Brasília que aposte em
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