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O Santos, até então, era o 21º demais para os credores. Sob a alegação de evitar
maior banco do país. Tinha cerca de A 2a. Vara de Recuperações e Fa- uma “crise sistêmica”,
R$ 6 bilhões em ativos e R$ 2 bi- torrou-se R$ 1,6 bilhão.
lhões em depósitos. Os funcionários lências decretou, no fim de setembro Todos os diretores do Banco
passavam de 300. Era presidido por deste ano, a falência do Banco San- Central envolvidos foram
Edemar Cid Ferreira, um empresário tos. A liquidação extrajudicial do BC condenados em primeira
que durante anos foi incensado pela constatou um passivo a descoberto instância pela Justiça do
mídia como mecenas da cultura. no valor de R$ 2,2 bilhões. Entre os Rio de Janeiro, mas podem
lesados não estavam apenas corren- recorrer em liberdade.
Mas já enfrentava problemas há tistas em geral e fundos de investi-
três anos. Os administradores e con- mento em particular, mas o próprio
troladores passaram o último deles Banco Nacional de Desenvolvimento
desviando recursos para empresas Econômico e Social (BNDES).
não-financeiras. O BC tinha conhe-
cimento dessa situação há algum Sensação de impunidade
tempo, mas somente quando o ban- Os bancos Rural e BMG não apre-
co Santos apresentou sinais concre-
tos de insolvência é que decidiu-se sentavam nenhum risco sistêmico ao
pela intervenção extrajudicial. Tarde emprestar dinheiro às empresas de
Marcos Valério de Souza. O Banco
novembro 2005 13