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O Magazine Luiza é um caso de sucesso, com começo, ia para a loja só nas férias de dezembro, mas depois,
uma história muito particular. Fale um pouco dessa com 18 anos, trabalhava de dia e fazia faculdade de noite.
experiência. Trabalhei em vários setores, conheci de tudo, e isso foi muito
Minha tia, Luiza Trajano, era uma pessoa muito interessante útil para minha formação. Minha família era mais voltada para
que tinha o sonho de comprar uma loja para arrumar emprego a área de operação, mas eu acabei me ligando à estratégia de
para toda a família, já que o nível de desemprego nos anos 50 era tecnologia, me afirmando nessa área. Gosto muito do que faço,
grande. E ela fez isso. Comprou uma pequena loja, A Cristaleira, gosto de pensar na estratégia.
bem no centro de Franca, que vendia móveis e eletrodomésticos.
Logo que assumiu, mesmo sem ter dinheiro, promoveu um Em termos de valores, que legado sua família
concurso em uma rádio local para trocar o nome Cristaleira. deixou?
Os ouvintes escolheram ‘Magazine Luiza’, não sei bem por que Para minha família, honestidade e transparência são princí-
o nome ‘Magazine’, e o ‘Luiza’, porque minha tia era conhecida pios que ela sempre carregou. No varejo, você lida com todo
da cidade. Acho o nome até difícil, já tentamos mudar, porque tipo de gente, então é preciso não esnobar, não sair contando
magazine tem a ver mais com roupa, revista, mas não conse- vantagens, é preciso ter cuidado com seu consumidor. O rela-
guimos. É interessante ver no estudo sobre a marca como o cionamento de igual pra igual com as pessoas é um valor muito
nome é usado. Em algumas regiões se fala “Eu vou pra Luiza”, importante na nossa história, até hoje. Posso afirmar que os
em outras, já se usa “Eu vou pro Magazine”. Magazine passou a valores não mudaram, eles continuam os mesmos. A empresa
ser sinônimo nosso. é firme na questão da ética, nossos princípios inegociáveis são
muito sérios. Qualquer pessoa que toma uma atitude antiética
E quando você entra na história? é mandada embora por justa causa imediatamente, mesmo
Quando tinha 12 anos, gostava de dar presentes, e minha mãe que tenha 15 anos de empresa, porque o funcionário assina
me disse para eu ir trabalhar na loja da minha tia Luiza, como um termo de compromisso quando entra.
vendedora, e assim ganhar algum dinheiro. E eu topei. Foi uma
experiência muito boa porque, além de poder dar os presentes Cinquenta anos depois, quem são vocês?
que queria, também fiz minha marca. Todos me incentivavam Somos uma ampla rede varejista, com 770 lojas espalhadas por
e diziam que eu tinha jeito para aquilo. E foi dando certo. No 16 estados do Brasil (só não temos presença na Região Norte,
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