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Geral da União, os auditores (da Receita, a atuação do servidor público, e o Planejamento neste assunto.
da Previdência), a PF, os técnicos, os trabalho da Secretaria de Recursos Não acho. Você sabe que nem tudo
fiscais agropecuários. A verdade é que Humanos?
em governos com características como que circula pela imprensa é necessa-
as do governo Lula, a panela de pressão Uma coisa não pode estar separada riamente verdade...
vem com mais força, porque a tampa da outra. O que a gente está apren-
estava sendo segurada rigidamente. dendo neste início de segundo ano de ■ Mas o próprio Humberto Martins
Então, é difícil equacionar todas essas governo é que é preciso juntar a Gestão, enviou uma carta para o jornal O
demandas num primeiro momento. É que estava um pouco mais separada, Globo, justificando a demissão,
desejo do presidente dar uma visão e a gestão de Recursos Humanos. A em que elogiou a Casa Civil e clas-
mais de conjunto. Como diz o filósofo discussão da MP 163, que colocou o sificou de “limitada, reducionista e
Sêneca, “não há vento bom para nau debate de como fazer a gestão estratégi- pouco eficaz a área de Gestão no
sem rumo”. A idéia é ter um rumo ca do governo, de eventualmente puxar Ministério do Planejamento”. Isso
norte, porque aí dá para dizer “sim” a a Secretaria de Gestão do Ministério do foi até motivo de discussão entre
uma categoria e “não” à outra. Planejamento para a Casa Civil, nos fez os sindicalistas, porque o governo
estava demonstrando uma falta
■ O governo Fernando Henrique “Só há uma resposta de unidade.
conseguiu acabar com a estabili- que pode ser cobrada
dade do servidor público e, além mais adiante: em que O Humberto e outros defenderam
disso, tinha um projeto que vin- medida vamos conseguir a a idéia de que a Gestão Estratégica
culava os critérios de demissão à recuperação salarial ao longo avançaria mais rápido se a Secretaria
questão do desempenho. Já existe de Gestão estivesse próxima da Casa
alguma definição do governo Lula de 2005 e 2006.” Civil, que é reconhecidamente um
em relação à política que vai ser ministério-chave na articulação de
adotada para avaliação de desem- discutir internamente como integrar e governo, com um ministro muito forte
penho? melhorar o papel de cada uma dessas politicamente. Mas houve, então, uma
secretarias. série de discussões, e o que se viu é
Este governo não vê esta questão que o Ministério do Planejamento,
com os mesmos olhos do governo ■ Em relação a isso, quando o se- Orçamento e Gestão é voltado para
anterior, que fazia uma espécie de cretário Humberto Martins pediu essa discussão da gestão. Ficou claro,
transposição da lógica do setor privado, demissão, circulou na imprensa também, que é necessária uma coo-
do funcionamento de uma empresa a informação de que o projeto peração muito mais estreita entre o
privada, para o serviço público. Agora, de modernização do setor pú- Ministério do Planejamento e a Casa
alguns critérios de desempenho cer- blico formulado pela Secretaria Civil. A Casa Civil se responsabilizando
tamente vão prevalecer, mas não vai de Gestão tinha o apoio da Casa talvez pelos programas mais estraté-
ser nem de longe parecido como o Civil, mas fortes resistências no gicos, cuja escolha depende até do
governo anterior tratava. Ministério do Planejamento. Isso presidente da República, e que não
teria sido o motivo da saída dele, são, necessariamente, os que estão no
■ Existe uma política coordenada o que deu a entender que haveria PPA. E o Planejamento coordenando
entre o que a Secretaria de Gestão uma cisão entre a Casa Civil e o o PPA e fazendo a gestão mais gené-
vinha fazendo, em termos de for- rica, mais horizontal, do conjunto dos
mular uma proposta macro para programas previstos no PPA.
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